
TERRAS SEM SOMBRA
FESTIVAL DO ALENTEJO
21.ª TEMPORADA
AUTORAS, INTÉRPRETES, MUSAS:
O ETERNO FEMININO E A CONDIÇÃO DA MULHER NA MÚSICA (SÉCULOS XIII-XXI)
MARÇO A DEZEMBRO DE 2025
“O Alentejo não tem sombra
senão a que vem do céu;
Assente-se aqui, menina,
à sombra do meu chapéu.”
(moda popular)

Próximo Concerto:
08/07 — 15:00
FERREIRA DO ALENTEJO
Centro Cultural Manuel da Fonseca
Dançar nas Teclas: Piano per tutti
KINGA SOMOGYI
PIANO
«Dançar nas Teclas»: Festival Terras sem Sombra revela o potencial do piano
num concerto para crianças, jovens e famílias em Ferreira do Alentejo
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Festival Terras sem Sombra em Ferreira do Alentejo, a 8 de Julho, com um concerto de piano da húngara Kinga Somogyi: «Dançar nas Teclas: Piano per tutti».
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Actividade convida crianças, jovens e adultos, em atmosfera familiar, a uma viagem musical que percorre temas clássicos e contemporâneos.
Após destacada presença no concelho de Ferreira do Alentejo, em Abril último, com um concerto do ensemble ítalo-polaco Giardino di Delizie, o Festival Terras sem Sombra (TSS) regressa a este território para uma tarde de aproximação entre culturas – e entre gerações –, firmada na grande música. A jovem pianista húngara Kinga Somogyi apresenta-se a 8 de Julho (15h00), no auditório do Centro Cultural Manuel da Fonseca, num concerto didáctico, especialmente dirigido às crianças e aos jovens, embora convidando à participação de públicos de todas as idades.
«Hoje, deparamo-nos com um problema na música erudita, face ao envelhecimento dos públicos. É necessário atrair jovens e, paralelamente, estabelecer pontes com os novos residentes no Alentejo. Em Ferreira, apresentamos um concerto de grande qualidade, com uma notável pianista e pedagoga com experiência internacional, numa sessão que propõe um caminho de iniciação musical junto das crianças e dos jovens. Os mais novos são os nossos mensageiros musicais junto das famílias e da comunidade», destaca José António Falcão, director-geral do TSS.
O também historiador de arte acrescenta que «este concerto é também uma viagem por várias geografias, uma viagem patrimonial, porque trata da cultura imaterial e associa-a à cultura material. Junta-se a isso um elogio ao mundo natural. Queremos fazer justiça à vocação cosmopolita do Alentejo, bem presente no multiculturalismo de Ferreira. O piano, instrumento musical que nos eleva a infindos patamares da criação, constitui igualmente um produto do meio natural, na memória das madeiras e do marfim que compõem as suas partes».
Nesta apresentação em Ferreira do Alentejo, o TSS conta com a parceria do município. Sublinhe-se o regresso, em 2025-26, ao apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes, obtido mediante concurso público.
Energia, melancolia, tradição e contemporaneidade numa tarde “dançante”
No Centro Cultural Manuel da Fonseca, a pianista húngara Kinga Somogyi apresenta-se com um concerto em jeito de périplo musical, no embalo da dança e a percorrer diferentes períodos, estilos e gradientes afectivos. Do classicismo ao contemporâneo, as obras seleccionadas revelam como o acto dançante pode ser lírico, melancólico, enérgico, além, claro está, de lúdico. «Dançar nas Teclas: Piano per tutti», como se denomina este espectáculo, apresenta peças de Beethoven e Chopin, com valsas delicadas e expressivas, enquanto Brahms oferece um momento de ternura com a sua notável Canção de Ninar.
Tchaikovsky traz, a todos os que se entregarem ao ritmo das teclas, o encanto do bailado. Já Maykapar e Bartók introduzem uma dimensão mais introspectiva e folclórica, reflectindo o início do século XX. Leó Weiner acrescenta um toque humorístico. As peças mais recentes, a revelar no momento, acrescentam uma ponta de mistério a todo um regresso à emoção pura, num registo ora minimalista e nostálgico, ora festivo e triunfal.
O papel marcante da música na vida de Kinga Somogyi
«Sou uma jovem húngara que vive no Brasil, após ter residido vários anos em Lisboa. Depois de passar o ano académico de 2014/2015 como aluna da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sabia que um dia voltaria a Portugal. De facto, tornei-me, durante algum tempo, lisboeta. A gentileza e a generosidade do povo português, assim como a beleza do país, encantaram-me», confidencia-nos Kinga Somogyi, a pianista, que é também licenciada em Estudos Franceses e Portugueses pela Universidade Eötvös Loránd, de Budapeste, e mestre em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa.
Com interpretações anteriores de grande sucesso no âmbito do Festival Terras sem Sombra – entre estas, no ano de 2022, em Sines – Kinga Somogyi regressa aos palcos portugueses com um concerto que «transforma o piano num palco onde dançam emoções, culturas e épocas».
Presentemente a exercer funções na Embaixada da Hungria em Brasília, capital do Brasil, Kinga sublinha: «A música desempenha um papel marcante na minha vida. Comecei os estudos musicais com sete anos de idade, em Veszprém, a cidade onde nasci. Ao longo dos 15 anos em que frequentei duas escolas de música (Escola Csermák Antal, de Veszprém, e Escola Járdányi Pál, de Budapeste), participei em vários concertos, competições e eventos musicais com êxito. Em 2016, ganhei o 11.º Concurso Nacional de Órgão da Hungria, um marco importante para mim».
A pianista já actuou em diferentes ocasiões no nosso país, designadamente no Palácio Nacional da Ajuda, no Museu Nacional da Música, no Museu Nacional dos Coches e na Casa Húngara de São Paulo (Brasil).
Após esta paragem em Ferreira do Alentejo, com música para encantar miúdos — mas também graúdos — o TSS apresenta-se em Coruche, a 12 e 13 de Julho. Do programa deste fim-de-semana ribatejano, destaca-se o concerto no sábado (21h30), na Igreja da Misericórdia, entregue ao piano da belga Éliane Reyes. Um momento subordinado ao título «Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin». Da agenda do TSS em terras coruchenses, sublinhe-se ainda a acção de património (12 de Julho, 15h00), com o tema «De Vila a Aldeia: Erra, Uma Localidade Histórica do Alfoz Coruchense», e a actividade de salvaguarda da biodiversidade (13 de Julho, 9h30), intitulada «Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado».
As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.
O Festival
Criado em 2003, o Festival Terras sem Sombra é uma iniciativa da sociedade civil que pretende dar a conhecer a um público alargado um território, o Alentejo, que sobressai pelos valores ambientais, culturais e paisagísticos e apresenta, em termos gerais, um dos melhores índices de preservação da Europa.
Fiel aos valores e à missão que o guiam desde a sua génese, o Festival mantém o carácter itinerante, a tónica na descentralização cultural, a formação de novos públicos, a inclusão e a sustentabilidade. A programação abrange concertos de música erudita, master classes, conferências, visitas ao património cultural e acções de salvaguarda da biodiversidade, todos de acesso gratuito.
O diálogo entre as grandes páginas do passado e a criação contemporânea, a abertura a jovens compositores e intérpretes, a encomenda regular de novas obras, a transversalidade das artes, a interacção com o mundo científico e tecnológico, o resgate do património musicológico, o conhecimento dos territórios e das comunidades e a visão ecuménica do Sagrado são elementos estruturantes de um projecto que rasga fronteiras.
Nas últimas temporadas, o carácter internacional do Festival tem-se consolidado com a participação de países convidados (v.g., Estados Unidos da América, Brasil, Espanha, Hungria, República Checa, Bélgica). De igual modo, o desenvolvimento de novos projectos – como o Terras sem Sombras Kids – visam reforçar uma oferta cultural, de carácter lúdico e didáctico, especialmente dirigida a novos públicos e às famílias.
Um Festival, Três Dimensões

Música
Em cada edição, o Festival Terras sem Sombra programa uma temporada de música erudita que conta com participações internacionais e nacionais.
Notáveis repertórios, que abarcam da Idade Média à contemporaneidade, são apresentados em igrejas e outros monumentos, eleitos pelo seu valor histórico e pelas condições acústicas, em diferentes concelhos alentejanos.
Património
O Festival Terras sem Sombra celebra e promove a salvaguarda das expressões identitárias, tangíveis e intangíveis, das gentes e do território.
Do Cante à arte chocalheira, do edificado civil e religioso à arqueologia, do montado às práticas piscatórias, o património do Alentejo é objecto de actividades que levam os participantes a conhecer a riqueza e diversidade cultural da região orientados por peritos e guias locais.


Biodiversidade
O Festival Terras sem Sombra acredita que dar a conhecer a paisagem, os ecossistemas e os recursos naturais dos territórios contribui para a sua valorização e preservação.
Assim, as comunidades locais, o público e os artistas são convidados a participar em acções que, em plena natureza, visam dirigir o olhar para os aspectos mais críticos, interessantes e genuínos dos territórios com vista à sensibilização para a salvaguarda da biodiversidade.
Missão
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Descentralizar a oferta cultural e artística em territórios de baixa densidade
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Integrar o Alentejo nos roteiros culturais, artísticos europeus e reforçar a identidade da região
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Formar, consolidar e diversificar os públicos
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Divulgar e salvaguardar a memória e sensibilizar para a protecção da biodiversidade
Valores
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Respeito e genuinidade na defesa e valorização da região e suas gentes
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Empatia e inclusão na compreensão das singularidades do território
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Acessibilidade e igualdade perante todos os públicos
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Cooperação e solidariedade com todos os agentes externos e internos ao Festival
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

A oferta musical e as atividades de património e salvaguarda da biodiversidade refletem o compromisso de oferecer uma programação diversificada e de qualidade, com entrada livre e gratuita, a públicos em territórios de baixa densidade.
Acreditamos na importância da música e do conhecimento para melhorar a vida dos indivíduos e o bem-estar social. Procuramos ampliar o acesso à cultura e destacar o poder transformador da música.
Prémio Internacional Terras sem Sombra

O Festival está ligado à atribuição anual do Prémio Internacional Terras sem Sombra. Instituído em 2011, este prémio é destinado a homenagear uma personalidade ou uma instituição que se tenham salientado, a o nível global, em cada uma das seguintes categorias: a promoção da Música; a valorização do Património Cultural e a salvaguarda da Biodiversidade.
O Prémio consta de um diploma e de uma obra de arte encomendada a um artista contemporâneo, sendo entregue, no final da temporada, numa cerimónia formal presidida por uma personalidade de renome nacional ou internacional.

País Convidado

ESTRUTURA FINANCIADA POR


PARCEIROS INSTITUCIONAIS





























PARCEIROS CIENTÍFICOS E CULTURAIS










PARCEIROS MÉDIA & DIVULGAÇÃO










